Data: 19/12/2016

De: Andre

Assunto: operacional@asteda.com.br

A FÉ DOS EVANGÉLICOS QUE DISPENSA TEMPLOS, CULTOS E PASTORES
Reconheço que é direito de todo e qualquer cidadão professar sua crença livremente, sem embaraços. Repudio toda e qualquer forma de cerceamento religioso. Não concordo com ataques dirigidos a honra das pessoas. As críticas e divergências devem ser limitadas às questões de fé e doutrina. Não admito deboches ou zombarias de qualquer tipo.
Introdução: Como os evangélicos condenaram seus próprios cultos, pastores e templos ?
Os evangélicos dizem que já estão salvos. Eles dizem que Igreja não salva ninguém. Dizem também que placa de Igreja não salva ninguém. Dizem ainda que religião não serve para nada.
Então por que alguém deveria frequentar templo evangélico e/ou participar de cultos ?
Se o crente já está salvo, teoricamente correria o risco de perder sua salvação freqüentando a denominação “errada”. Escutando outras pessoas, o crente que já estava “salvo” poderia comprometer sua salvação. Ou não ? Se escutar pastor estando “salvo” não compromete, também não salva “mais”.
Outros evangélicos mais ousados afirmam inclusive que salvação não pode ser perdida.
Ora, se salvação nem mesmo pode ser perdida, aí mesmo é que a pergunta inicial encontra eco: “...por que alguém deveria frequentar templo evangélico e/ou participar de cultos ?”, uma vez que ele já estaria salvo e se a salvação não pode ser perdida ?
A maior parte diz que basta crer para ser salvo. Fácil assim. Levantou o dedo indicador e “aceitou” Jesus em qualquer templo evangélico que pregue qualquer doutrina, já está salvo.
Será ? Não é bem assim. A teoria é uma e a prática é outra.
Outras condições parecem ser fundamentais para que o evangélico considere os demais como salvos.
Por exemplo, é preciso não ser católico. Ora, nós católicos também cremos. E nem por isto eles dizem que estamos salvos.
Ao contrário do que dizem de que placa de igreja não salva ninguém, o fator decisivo é ser evangélico ou protestante. Os rótulos ou placas fazem toda diferença.
E o curioso é que recebendo os rótulos evangélico ou protestante tanto faz a denominação ou o “cristianismo” que se prega ou que se aprende. Todos são irmãos em cristo, independentemente da doutrina que um ou outro professa.
O crente da denominação que apóia o aborto é “irmão em cristo” do crente que abomina o aborto. O crente que crê na Trindade é “irmão em cristo” do crente que não crê na Trindade.
Os crentes que assumem a Teologia da Prosperidade criticam os seus opositores e vice-versa. Mas todos se dizem “irmãos em Cristo” quando surgem as estatísticas e as pesquisas.
O pregador que nega a perfeição da obra de Jesus Cristo é recebido como celebridade na denominação que diz que a obra de Jesus Cristo foi perfeita.
O pregador que diz Jesus é criação de DEUS é aplaudido e ouvido pelos crentes de outras denominações que abominaram tal afirmação.
No meio evangélico é fato que todos acusam outros de heresias e todos são chamados por outros de hereges. Todos são acusadores e acusados ao mesmo tempo. E todos se enxergam como salvos.
A única unidade que existe entre eles é que todos são contra o catolicismo.
Eles utilizam o Sola Scriputra de Lutero. “Só a Bíblia”. Cada crente pode ler e interpretar a Bíblia livremente. Eles dizem que o Espírito Santo auxilia cada crente na sua interpretação.
Se cada crente pode interpretar livremente a Bíblia, por que são necessários pastores ? E se pastores são dispensáveis, por que ouvi-los se cada qual pode entender e compreender individualmente a partir de sua leitura pessoal da Bíblia ?
Os próprios pastores dizem: “Só a palavra. Vai na palavra. Não é o que o pastor fala é o que a Bíblia ensina”.
Eles mesmo dizem que não há infalíveis. E se não há infalíveis, por que escuta-los ?
Se pastores são descartáveis, por que fazer cultos com pregações de pastores que são descartáveis ?
E se os cultos são desnecessários para que templos ?
Por que fazer cultos com pregações de pastores dispensáveis e não infalíveis para crentes salvos, e, sempre salvos, e Intérpretes da Bíblia auxiliados pelo Espírito Santo ???
Alguns dirão que vão às denominações para louvar o Senhor. Mas e se o crente não louvar o Senhor, perde a salvação ? Se o crente não louvar ou não bater palmas o que acontece ?
Crer não é suficiente ? Para que louvar se o crente já está salvo ?
Ora, se todos podem interpretar a Bíblia individualmente com a “assistência” infalível do Espírito Santo, por que cada denominação tem doutrina própria ?
Por que uma denominação não é igual a outra ? Seria possível o Espírito Santo ensinar doutrinas diferentes para este ou aquele crente ou pastor ou denominação ?
Por que alguns batizam e outros não ? Por que alguns casam pessoas do mesmo sexo e outros condenam esse tipo de enlace ?
A freqüência na Igreja somente se justifica para o um católico, pois não nos consideramos salvos antes que o Grande e Unico Senhor e Juíz assim decida.
Consideramos que devemos perseverar até o fim, tal como nos ensina a Bíblia: “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”. Mateus 24,13
A Santa Missa é uma oportunidade de recebermos graças e indulgências pelos pecados que cometemos. Se temos que perseverar até o fim é sinal que ainda não estamos salvos.
Acreditamos que Deus e somente Deus irá decidir quem está salvo ou não. Não nos compete definir de véspera quem “merece” e quem “não merece” salvação.
Já o evangélico “não” precisa de ensino porque ele mesmo pode interpretar a Bíblia. O evangélico “não” precisa de indulgências e nem de boas obras porque ele já está “salvo”.
Ele “não” precisa se confessar a um sacerdote porque acredita que tem uma linha direta com Deus.
Em algumas denominações nem mesmo há necessidade de pedir alguma graça, já que basta determinar em nome de Jesus. Nestas denominações DEUS está obrigado a atender a todos os caprichos do crente. As expressões mais usadas por estes são: “Eu profetizo.” “Eu amarro.” “Eu exijo.” “Eu não aceito derrota.” “Eu decreto minha vitória.” “Eu tomo posse da minha benção.”
Na Igreja Católica seguimos o ensino de Jesus: Mateus 26,39: “Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”. Palavras de humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo que nada exigiu de seu pai.
O que é a Santa Missa para nós católicos ? É a renovação incurenta(sem derramamento de sangue) do Sacrifício do Calvário. É o mesmo e único sacrifício de Jesus Cristo na cruz.
Nessa cerimônia, Cristo é ao mesmo tempo sacerdote e vítima, oferecendo-se a DEUS para pagar as nossas dívidas. Seus méritos infinitos são aplicados a cada fiel.
A Missa é Santa porque o autor de toda a santidade se oferece como vítima em um sacrifício perfeito, agradável, eficaz, perpétuo a Deus.
Apenas para os católicos faz sentido freqüentar Igreja. Nós precisamos desta Santa Eucaristia. E precisamos de confissão, indulgências, homilias, obras, penitência, comunhão com os demais, sacramentos, jaculatórias, orações, Rosário, anjos , santos, A Santíssima Virgem e tudo que a Santa Igreja nos oferece.
Precisamos da Igreja que para nós ela é coluna e sustentáculo da verdade (1 Tm 3,15).
O evangélico não precisa de intérprete ou de explicador, pois acredita que conta com a assistência infalível do Espírito Santo para “interpretar” a Bíblia. Neste caso, o pastor possivelmente poderia atrapalhar.
Com os católicos ocorre o inverso. A Bíblia proíbe a interpretação privada.
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” 2 Pedro 1:20
Definitivamente, não é possível sair por aí “interpretando.”
Jesus foi claro quanto aos seus sucessores:
Lucas 10:16: “Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou.”
A Bíblia ensina ainda que não é a leitura particular que conduz a fé verdadeira, mas a fé verdadeira vem pelo ouvir.
Romanos 10, 17: “Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.”
E este ouvir só pode ser da Igreja Coluna e Sustentáculo da verdade. Por isto também Jesus disse a Pedro e somente a Pedro:
Lucas 22, 32: “Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.”
Nem poderia ser diferente. Jesus é coerente. Ele não teria determinado a Pedro que confirmasse seus irmãos na fé se antes não lhe tivesse dito:
Matheus 16, 18-19:
“E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”
MAIS CLARO NÃO HÁ.
Mas há quem consiga ler diferente, utilizando-se de sofismas e textos soltos fora de contexto com o objetivo de distorcer a Bíblia, firmar doutrina própria e condenar doutrina alheia, sobretudo, se for católica.
Para estes “mestres” está escrito:
II Coríntios, 3, 6: “Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.”
Não fomos constituídos ministros da letra. E a letra mata. Quem tem ouvidos que ouça !!!
E assim, o evangélico que não precisa de pastor ou de culto porque já está “salvo” e uma vez “salvo” sempre “salvo”, contraditoriamente tem que ler a Bíblia e decidir por conta própria que denominação precisa frequentar.
E como o evangélico pode saber qual a denominação mais adequada ? É pela Bíblia que ele sabe qual é a denominação certa ?
E se ele errar e escolher a denominação errada ou se vier a ser enganado pelo pastor. Ele perde a salvação ?
Mas a salvação já não estava garantida ? Então por que a preocupação com escolhas ?
E quando o evangélico passa a ter direito de sair de uma denominação e ingressar em outra ?
Quem decide como, quando, onde e por que ?
Quem está salvo ? O que ficou na denominação, quem dela saiu ou aquele que fundou uma nova igreja ?
Todos estão salvos ? Se estão todos salvos então brigaram por nada ???
São Paulo, nos ensina que o coração humano faz juízos duvidosos.
Assim sendo, para nós católicos é impossível acreditarmos que Jesus conhecendo nossas inegáveis fraquezas nos deixaria por nossa própria conta após tão eloqüente sacrifício e sofrimento e humilhação atrozes dos quais padeceu.
É incompreensível para nós depois de tudo que Jesus fez que tivéssemos que confiar em nós mesmos como intérpretes da Bíblia e juízes “perfeitos” que julgam a tudo e a todos. Jesus Cristo que nos amou incondicionalmente não nos deixaria sós.
Por isto ele fundou a Igreja. Coluna e sustentáculo da verdade. Não temos que estabelecer por conta própria as questões de fé e doutrina, pois a Igreja é assistida permanentemente pelo Espírito Santo.
E é o próprio Jesus Cristo que lhe dá assistência permanente: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mateus 28:20
Ele mesmo nos garante que as portas do inferno nunca prevalecerão contra sua igreja. Mateus 16,18
E se a Igreja tiver escândalos e pecadores ? Ora, é o próprio Jesus quem irá purifica-la:
Lucas 17, 1-2: “…mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.”
Quem não creu nas promessas de Jesus acabou escolhendo “reformadores” mundo afora e assumindo para si próprio tão e somente doutrinas de homens.
Alguns outros acuados dirão que freqüentam a denominação porque o tão alegado “basta crer em Jesus “ é apenas força de expressão.
Dirão que na verdade o crer em Jesus significa não apenas crer que ele morreu na cruz por nossos pecados, mas é preciso fazer tudo que ele diz.
Nesse caso, nossos irmãos evangélicos terão que concordar com Maria Santíssima nas Bodas de Caná: “Fazei tudo quanto ele vos disser.” João 2:5
Ora, se o crente tem que freqüentar denominação, se tem que ter pastor, se apenas quem desfila com os rótulos evangélico ou protestante está salvo, se tem que bater palmas, se tem que pagar o dízimo, e não pode ser católico, então....... já não basta ter fé.
Então ainda dirão: “Temos que pregar a palavra.”
Ora, basta entregar uma Bíblia para cada pessoa. Segundo os crentes, cada pessoa pode ler e interpretar por conta própria.
Também conforme ensino evangélico, quem se torna crente “aceitando” Jesus conta com a “assistência” do Espírito Santo” e assim não precisa de pregador.
E se todos que freqüentam as denominações já estão salvos, ainda que fosse indispensável pregar, essa pregação teria que ser feita fora do templo.
Afinal por que se pretende dar remédio a quem não está doente ? Não são os doentes que precisam de remédio ? Por que pregar para quem já está salvo e para quem pode ler e compreender a Bíblia a partir de sua leitura individual ?
E lá vem outro evangélico dizer que o pastor é necessário para orientação espiritual. “O crente precisa crescer na fé.... Precisa crescer espiritualmente....”
E o que importa o crescimento espiritual se o crente já está salvo ? Faz diferença crescer ou não crescer espiritualmente ? Não basta ter fé ?
E se não pagar o dízimo o que acontece ? Perde a salvação ?
Pregando a Bíblia, pagando dízimo, frequentando denominação ou não fazendo nada disto, a pergunta que não cala:
Alguém fica mais ou menos salvo se fizer ou deixar de fazer alguma destas coisas ?
Conclusão: Temos então dois ensinos evangélicos contraditórios.
O primeiro ensino, meramente teórico, diz que basta ter fé para ser salvo. É o Sola Fide de Lutero, bastando “aceitar” Jesus em um templo evangélico ou protestante.
E o segundo ensino, a prática bem diferente do discurso que nada mais é do que tradição de homens.
Aquela tradição condenada por Jesus Marcos 7, 1-9.
Bem diferente é a tradição apostólica da Igreja Católica, condenada pelos evangélicos, mas ensinada pela Bíblia que eles juram conhecer e seguir:

“permanecei, pois, constantes, irmãos, e conservai as tradições que aprendestes, ou por nossas palavras, ou por nossa carta” (II Tes. 2, 15)
“que vos aparteis de todos os que andam em desordens e não segundo a tradição que receberam de nós” (II Tes 3, 6)
“Eu vos felicito por vos lembrardes de mim em toda ocasião e conservardes as tradições tais como eu vo-las transmiti.” (1 Cor 11, 2)

Quando alguém diz que basta ter fé, significa que a fé é suficiente. Nada mais é necessário.
Portanto, templos, pastores, música Gospel, DVDs, CDs, programas nas rádios e TVs e dízimos, Lutero, Calvino e denominação são irrelevantes.
A Igreja católica vê com respeito os cristãos evangélicos e protestantes, se não vejamos:
“Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor… Justificados pela fé recebida no Batismo, estão incorporados em Cristo, e por isso com razão são chamados com o nome de cristãos, e merecidamente reconhecidos pelos filhos da igreja católica como irmãos no Senhor” (UR,3), (CIC nº 818).
“Muitos elementos de santificação e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja Católica”: a palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons do Espírito Santo” (UR, 3).
“O Espírito Santo de Cristo serve-se dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos esses bens provêm de Cristo e levam a Ele e impelem à “unidade católica”(LG, 8).
São os próprios protestantes evangélicos que a partir dos seus milhares de conceitos conflitantes entre si acabam por condenar templos, pregadores, práticas, costumes e o próprio protestantismo em si.
Afinal de contas são eles que dizem:
“Igreja não salva ninguém”
“Não é o que pregador fala, mas a palavra”
“Quem crê já está salvo”
“Uma vez salvo, sempre salvo”
Quem puder que chegue a Roma o quanto antes, pois nesse caminho mais longo e incompreensível do protestantismo alguns podem se perder definitivamente.
Autor: A.Silva com a colaboração de V.De Carvalho. Livre divulgação mencionando-se o autor

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