Ordens religiosas compõem identidade de Portugal, afirma cardeal

03/11/2010 14:36

D. José Policarpo destaca importância delas para compreensão histórica e para o futuro

 

LISBOA, quarta-feira, 3 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, destacou a importância do conhecimento histórico e identitário das ordens e congregações religiosas para a compreensão de Portugal, tanto em relação a sua história quanto ao seu futuro.

O cardeal discursou na abertura do Congresso “Ordens e Congregações Religiosas”, que decorre entre os dias 2 e 5 de novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

“Não é possível compreender a identidade progressiva e evolutiva da missão de Portugal no mundo sem compreender o que foram as suas relações com a Igreja”, afirmou o Patriarca de Lisboa, segundo refere Agência Ecclesia.

“O relacionamento do Estado português com a Igreja teve um capítulo decisivo: a relação com a influência das ordens religiosas”. “É impossível compreender a totalidade da gesta de Portugal no mundo sem a ação destes ‘guarda-avançados’ da fé e da identidade portuguesa”, disse.

D. José Policarpo valorizou a investigação em curso sobre as ordens e congregações religiosas em Portugal, em que se insere este Congresso. “Um longo processo de estudo e investigação que traz à ribalta algo de muito significativo para a recuperação cultural da nossa comunidade nacional”.

Ele considera que os resultados da investigação científica constituem sobretudo desafios à “autenticidade”. “Não vejam nestes resultados positivos de uma investigação científica, que por natureza é independente, como uma espécie de triunfalismo. Isto é uma chamada à autenticidade”, indicou.

Espaço

Já o bispo auxiliar de Lisboa e presidente Comissão Episcopal de Pastoral Social, Dom Carlos Azevedo, disse que a vida religiosa mantém o seu lugar numa sociedade com espaço para a “nostalgia de Deus”.

“Conhecida a escravidão do consumismo, deseja-se a liberdade interior; ao ativismo, opõe-se a calma interior; à guerra, a paz e o amor; ao stress, o repouso”, afirmou.

Dom Carlos Azevedo considera ainda que “assumir a causa dos pobres está a tecer uma nova espiritualidade”. Na pós-modernidade, com “mudanças rápidas e profundas” e novas experiências religiosas, há uma “irrupção dos pobres na Igreja, como sujeito a libertar e a evangelizar”, disse.

Perceber o papel das Ordens Religiosas, em Portugal e no mundo, nas suas mais diversas perspectivas, é o principal objetivo do Congresso Internacional das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal: “Memória, Presença e Diásporas”.

O evento conta com cerca de 200 conferencistas, vindos dos mais diversos países do mundo, e ainda com a participação de mais de 500 pessoas.

Na internet: https://www.congressoordens2010.net/

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