Papa satisfeito com convenção sobre bombas de fragmentação

02/08/2010 23:43

Pontífice saudou entrada em vigor de documento sobre o tema

 

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 2 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI afirmou nesse domingo estar muito satisfeito com a entrada em vigor da convenção que, quando assumida integralmente pelos Estados, banirá as bombas de fragmentação.

Segundo o Papa – que falava aos peregrinos após rezar com eles o Angelus, em Castel Gandolfo, nesse domingo, dia em que entrava em vigor o tratado – esse tipo de bomba provoca “danos inaceitáveis” nos civis.

Bento XVI dirigiu um “primeiro pensamento” às “numerosas vítimas que sofreram e continuam a sofrer graves danos físicos e morais, até mesmo a perda da vida, por causa destes engenhos insidiosos, cuja presença no terreno muitas vezes impede o retomar das atividades quotidianas de comunidades inteiras”.

“Com a entrada em vigor da nova convenção, a cuja adesão exorto todos os Estados, a comunidade internacional demonstra sabedoria, visão e capacidade para perseguir um resultado significativo no campo do desarmamento e do direito humanitário internacional”, afirmou o Papa.

Segundo Bento XVI, seu desejo é que “se continue com cada vez mais vigor neste caminho, para a defesa da dignidade e da vida humana, para a promoção do desenvolvimento humano integral, para o estabelecimento de uma ordem internacional pacífica e para a realização do bem comum de todas as pessoas e de todos os povos”. 

Acordo

O acordo internacional para banir as bombas de fragmentação foi negociado na Irlanda e assinado na Noruega, em 2008. O documento prevê que os signatários não usarão esse tipo de armamento. Prevê ainda a destruição do estoque e proibição de fabricação. Além disso, estabelece a criação de programas para limpar campos de batalha onde haja esse tipo de artefato intacto.

Entre os signatários da Convenção estão países como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Japão. Mas nações fundamentais para o sucesso da Convenção ainda estão de fora, como Estados Unidos, China, Rússia e Israel. 

As bombas de fragmentação (cluster bombs) consistem de um cilindro rígido de metal que se quebra, liberando várias bombas menores. As bombas menores se espalham por uma área relativamente grande.

A arma é usada para atacar diversos tipos de alvo, como tanques ou grupos de pessoas – ou para iniciar incêndios. Estima-se que – sendo elas lançadas de média ou grande altitude, muitas se afastando do alvo –, em média, 5% não explodem imediatamente, podendo se transformar em minas terrestres e causar graves acidentes anos depois.

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